Victor Lustig; o homem que vendeu a Torre Eiffel

OS PRIMEIROS ANOS DE VICTOR LUSTIG

Victor Lustig nasceu no dia 4 de janeiro de 1890 na antiga Boêmia (Áustria-Hungria), atual República Tcheca. Criado na alta burguesia, sendo considerado um estudante brilhante, educado nas melhores escolas, fluente em várias línguas, tinha tudo para se tornar um ótimo advogado. De repente mudou para Paris com uma ideia fixa em mente: fazer fortuna por qualquer meio. E tornou-se um dos maiores estelionatários da história, ladrão, trapaceiro e um mentiroso excepcional.

ESTADOS UNIDOS

Logo depois da 1° guerra mundial foi para os EUA aplicar seus golpes aprimorados de sedução e elegância. Com vários nomes falsos e usando seu charme europeu, famosos como Al Capone e outros mais foram trapaceados e roubados com muita classe e perfeição; jogos de cartas, máquinas de fabricar dinheiro, negócios imobiliários, apostas em cavalos, tudo era motivo para dar um bom golpe.

Em seguida, com os bolsos cheios, voltou para Paris em 1925. ”Monsieur Comte Lustig”, era a forma como ele gostava de ser chamado. Após esbanjar sua fortuna em bares, restaurantes e lojas luxuosas, procurou uma ideia nova para seu próximo golpe. A luz que precisava ele encontrou em um artigo sobre a dificuldade que a cidade de Paris estava tendo com os custos de manutenção e conservação da Torre Eiffel. E então o jornalista terminava seu texto dizendo que neste caso seria melhor vendê-la.

O GOLPE

Lustig e seu cúmplice americano, Dan Collins, planejaram um dos mais sensacionais golpes da historia da criminologia, a venda da Torre Eiffel. Com identidades e documentos falsos, o 1° Ministro da França e o Presidente da República Gaston Doumergue autorizaram os dois comparsas a vender as 7 mil toneladas de ferro, por lance secreto, aos cinco maiores sucateiros da França.

Para dar mais credibilidade às negociações, alugaram uma suíte no majestoso hotel de Crillon e, após um discurso envolvente com os interessados, finalizaram a encenação levando todos em luxuosas limusines a uma visita técnica à torre pois um deles seria, em breve, o novo proprietário. Nesse meio tempo, foram tão convincentes que, na hora da visita, até os empregados da torre acreditaram serem eles verdadeiros representantes do governo. Uns dias depois Victor Lustig recebeu uma proposta de André Poisson. Sendo assim, vendo a ingenuidade deste homem, ainda teve audácia de pedir uma comissão extra para ajudá-lo a ganhar a concorrência (comum entre políticos já naquela época). E foi a garantia que confirmou que estava tratando com uma pessoa séria. O pobre homem descobriu que tinha sido enganado ao buscar, na prefeitura, as planilhas de trabalhos para começar a operação de desmonte e recuperação do ferro da torre.

Em seguida após o golpe, Victor Lustig e Collins se esconderam em Viena. Quando eles perceberam que a “venda” não tinha sido noticiada nos jornais, voltaram a Paris para tentar aplicar o mesmo golpe para o segundo interessado da lista. Este, menos ingênuo, os denunciou à policia. Lustig e Collins escaparam pegando o primeiro navio para os Estados Unidos.

O FIM DA VIDA DE VICTOR LUSTIG

Posteriormente, em 1935, após uma série de trapaças, Lustig foi preso em Nova York. Um dia antes do julgamento ele conseguiu fugir com uma corda de vários lençóis. Mas foi capturado alguns dias depois, e condenado a 15 anos de prisão na ilha de Alcatraz.

Para enfim morrer no dia 11 de março de 1947, de pneumonia.